Fala, galera! Vou dividir com vocês uma lição de vida que aprendi quando trabalhei no Tribunal Regional de Trabalho do Rio Grande do Norte, o TRT-21. Passei cinco anos lá e convivi com pessoas excelentes.
A equipe do TRT-21 dava sempre o seu melhor no desempenho da função que lhe era cabida. Todo mundo era assim, de terceirizados a desembargadores. Foi um ambiente muito massa de se trabalhar. Mas, como em outros concursos que passei, não pretendia passar o resto da minha vida nesse órgão, por mais que meu salário fosse alto. Eu queria ser Auditor, e só ia sossegar quando atingisse meu objetivo.
Alcancei um alto salário lá por conta da minha dedicação, afinal eu também fazia parte da equipe que sucessivamente dava o seu melhor. Por todo lugar que passei, sempre trabalhei dessa forma. Mas eu queria ser Auditor e estava às vésperas do concurso do Tribunal de Contas da Bahia, eu precisava de um tempinho a mais para dar o gás no estudos.
Não tive dúvida. Fui até a sala do desembargador pedir um mês de férias, como não sou muito de rodear no discurso, fui sincero e direto ao ponto. Ele era o presidente do tribunal na época, entrei lá com a permissão dele e disse que precisava dar uma palavrinha com ele.
Fui bem recebido e ele perguntou qual era o problema. Então, eu disse: “Eu gostaria, se possível, tirar férias esse mês, pois estudo para ser Auditor Fiscal e o concurso está bem próximo. Por tanto, não é minha intenção passar a vida toda trabalhando aqui, apesar de gostar bastante. Mas meu sonho mesmo é ser auditor.” Fui bem sincero, sempre acreditei que a verdade é o melhor caminho a seguir.
Então, com toda a compreensão, ele disse que tudo bem, mas antes de qualquer sanção ele decidiu me contar uma história, que acabou sendo uma lição de vida que aprendi:
“Rafael, vou contar uma história para você e desejo que você a escute com atenção.
Havia um dono de uma empresa de construção civil a qual construía casas populares de classe média. Na empresa dele, o mestre de obras era o seu braço direito e homem de confiança. Esse funcionário chefiava todas as obras e também era responsável pelo acabamento das casas, ele garantia que todas ficassem perfeitas. Um dia, o mestre de obras cansado de tanto trabalhar, pois já estava com mais de sessenta anos e o trabalho era pesado, decidiu conversar com o dono para pedir as contas. Ele foi até o empresário e relatou a verdade, que precisava se aposentar, pois não estava mais aguentando trabalhar e desejava também ter mais tempo para curtir a família. O dono da empresa ficou um pouco triste com o pedido, por mais que seu funcionário merecesse tal aposentadoria, ele era o seu braço direito. Trabalhavam juntos por muitos anos, desde que a empresa fora criada. Então, depois de refletir um pouco sobre o que fazer, disse ao mestre de obras que ele faria apenas mais uma casa, uma casa de classe média alta, e, que depois desse trabalho, ele teria a sonhada aposentadoria. Ele justificou, dizendo: “Estou pedindo a você porque o cliente é muito especial e eu não confio passar essa obra para outra pessoa. Vai ser a sua última casa.” O mestre de obras acatou o pedido e foi fazer a última casa. Cansado e impaciente para se aposentar logo, o mestre de obras relaxou na construção. Fez vista grossa para o acabamento mal feito, viu que o pedreiro havia deixado o piso desnivelado, mas não mandou consertar, “Ninguém vai notar”, disse ao pedreiro. E foi tendo a mesma atitude com as outras falhas que foram aparecendo. Acabou que concluiu a casa em tempo recorde, no entanto estava cheia de falhas. Então ele ligou para o dono, informando que a estava pronta, para que ele pudesse ir fazer a vistoria. Então, o dono encontrou o mestre de obras na casa e foram juntos analisar o serviço. O empresário olhou toda a casa, viu que tinha algumas falhas. Ficou triste por seu funcionário, tão querido por ele, não ter se empenhado no último serviço. Mas, mesmo assim, continuou com o que havia planejado e chamou o mestre de obras: “Foi muito bom ter trabalhado com você, você foi uma pessoa muito especial para mim e para a minha empresa, ela não seria o que é hoje se não fosse você.”- disse o empresário. Então, o dono pegou a chave da casa e entregou ao mestre de obras, dando-a de presente.”
Para concluir, o mestre de obras não deu o seu melhor para fazer a casa que seria dele, sem saber. Moral da história: dê sempre o seu melhor, pois isso volta para você. Faça tudo com excelência, mesmo que você tenha outros projetos para o futuro. Por exemplo, o mestre de obras poderia estar morando em uma casa luxuosa se tivesse trabalhado com a excelência de sempre.
A lição de vida que aprendi com essa história contada pelo presidente do TRT-21 da época é que devemos sempre fazer com zelo aquilo que nos é cabido. No mundo dos concursos é a mesma coisa, se você está insatisfeito com o trabalho e não vê a hora de ocupar um cargo público, eu digo para você continuar dando o seu melhor, tanto no trabalho quanto nos estudos. Isso sempre volta para você. Afinal, voltou pra mim, não foi?
Ah! Quase ia esquecendo, ele me deu as férias.
Abraços,
Rafael Barbosa.
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Mario Sergio Cortella